O momento no qual são comemorados os 400 anos dos batistas no mundo é uma oportunidade singular de os batistas brasileiros pensarem sobre sua herança e os princípios que os norteiam e, a partir desta reflexão, começarem a vislumbrar os caminhos a serem trilhados no futuro. Esta é uma reflexão necessária, principalmente quando se considera que o mundo está em plena transformação, para alguns no meio da passagem de um período histórico para outro (da modernidade para a pós-modernidade).
No Brasil, os batistas se veem ante uma série de desafios, pois fazem parte de uma sociedade que, conforme indicam algumas pesquisas, anseia por uma experiência com o divino, mas cujos membros têm grande dificuldade de assumirem compromissos com instituições como a Igreja. Além disso, há as dificuldades que atingem o povo batista de forma direta, como uma verdadeira crise de identidade que é facilmente constatada.
Como agir diante de tal panorama? Considerando a comemoração dos 400 anos dos batistas ao redor do mundo, é impreterível apontar o foco para a herança deixada pelos pais do movimento batista, herança que, nas palavras de Charles Deweese (Página 9), tem “muito a oferecer para o futuro da humanidade”. Realmente deve-se admitir que um grupo que tem princípios como a defesa da separação entre Igreja e Estado (nunca tão em voga como antes), a promoção da liberdade religiosa e a admissão de que a Bíblia é a sua única regra de fé e prática (a real garantia de que os batistas brasileiros podem ter uma atuação verdadeiramente relevante e transformadora na sociedade) certamente tem contribuições a oferecer em um contexto no qual as instituições não contam mais com a confiança das pessoas.
Talvez esta mensagem tenha que ser atualizada com o uso de novas ferramentas de comunicação e com o emprego de manifestações estéticas inovadoras. Porém, em uma “realidade líquida” (expressão do sociólogo polonês Zygmunt Bauman) na qual tudo o que é sólido parece desmanchar no ar, os batistas brasileiros têm a oportunidade única de mostrarem sua relevância, de mostrarem que seus princípios não são passageiros e de oferecerem caminhos para um mundo com cada vez menos referências.
Da redação
Fonte: http://www.batistas.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=160:400-anos-oportunidade-de-refletir-para-avancar&catid=28:artigos&Itemid=33
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